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1 25/07/2017 21:30

Pelo menos 27 pessoas foram presas em flagrante nesta terça-feira (25) em uma das maiores operações contra a produção e divulgação na internet de pornografia infantil. Entre as prisões, duas ocorreram em cidades baianas: Feira de Santana e Santo Antônio de Jesus.

A informação foi confirmada no final desta manhã pelo delegado Flávio Augusto Palma Setti, que coordenou a operação, na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Mais de 30 unidades da PF participam da operação.

O balanço é parcial já que as equipes ainda estão trabalhando na segunda fase da Operação Glasnot - a primeira etapa foi deflagrada em novembro de 2013. Agora, a investigação teve como base o monitoramento de um site russo, utilizado como ponto de encontro de pedófilos do mundo todo.

As prisões ocorreram na Bahia, Paraná (uma em Curitiba e três em Maringá), Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Viamão, Sapiranga e Alvorada), Pernambuco (Recife e Salgueiro), Pará (Xinguara), Ceará (Fortaleza), São Paulo (capital, Guarujá, Praia Grande, Santos e Santa Bárbara do Oeste), Minas Gerais (Betim) e Piauí (Oeiras).  

Entre os presos de hoje estão estudantes, com idades entre 19 e 20 anos, e até um idoso de 80 - que, nas palavras do delegado, "mal conseguia respirar ou sair da cama", além de professores, médicos e um porteiro.

Ao todo, até o momento, foram 27 presos em flagrante, e mais três em decorrência de mandados de prisão preventiva, em situação de abuso. Ao todo, foram identificados 200 alvos da operação, a expectativa é de que o número de presos chegue a 60. Pelo menos, 15 vítimas foram identificadas pela PF. 

O início
O delegado explicou que a operação Glasnot começou em 2010, com a prisão de um estudante de Medicina, que mencionou a existência de um site, que funcionava como ponto de encontro de pedófilos em todo mundo.

Foi então feito um levantamento pela Polícia Federal, e no final de 2013, foi deflagrada a primeira fase da operação - quando foram cumpridos 80 mandados de busca e prisão e realizadas 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil. Foram, ainda, identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre 5 e 9 anos. 

Nesta segunda fase, 72 mandados de busca e apreensão, três de prisão preventiva e dois de condução coercitiva, em 51 municípios de 14 estados, em operação que combate a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet.

Casos
Conforme o delegado Flávio Augusto Setti, um pai foi identificado e preso por abusar da filha no município de Vila Velha, no Espírito Santo. As investigações mostraram, segundo Setti, que o homem produzia e compartilhava com outras pessoas as fotos da violência sexual, ocorrida há seis anos. 

Na cidade de Praia Grande, em São Paulo, também foi identificado e preso um pai que passou oito anos abusando da filha. "Achamos imagens dessa criança em situação de abuso desde os 2, 3 anos de idade. Isso seguiu até a menina completar 8 anos. Esses abusos eram praticados na casa da avó da menina, sem o conhecimento de mais ninguém. O pai ia na casa da avó da menina e praticava os abusos", relatou o delegado. 

E completou: "Quando a menina completou 8 anos, ele parou, porque disse, em depoimento, que ficou com medo que a menina contasse para as amigas. Ou seja, se não fosse isso os abusos teriam continuado", lamenta. A PF comentou, também, o caso de um irmão que abusava, produzia imagens e divulgava em um site. Ele também foi preso.

Em Jundiaí, também em São Paulo, um homem que costumava andar na rua fotogrando crianças aleatórias também foi preso. Conforme Flávio Setti, o criminoso acompanhava essas crianças e depois ele tentava as aliciar. A polícia acredita que o homem já tenha chegado a consumar os abusos. 

Outro caso que chamou a atenção dos investigadores, de acordo com o delegado, foi o de um porteiro, na cidade de Bauru, também em São Paulo, que tirava fotos das crianças do condomínio em que trabalhava. "A gente acredita, não temos prova, que ele chegou a consumar o abuso em alguma dessas crianças", finalizou.

Conforme o delegado, os criminosos não serão publicamente identificados para manter o sigilo da investigação e preservar as vítimas.  

Correio







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