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1 31/01/2015 16:32

A goteira que cai sobre a mesa do atual presidente do Hospital Espanhol, Demétrio Garcia, não é, nem de longe, sua principal preocupação. Os bancos já começam a cobrar, judicialmente, os cerca de R$ 143 milhões tomados de empréstimo; o fórum que representa os sócios acusa a atual gestão de falta de transparência e se articula para o afastamento da diretoria; o último respiro do hospital, com a intervenção do governo do estado, trouxe desgastes.

Para completar, o peso dos R$ 243 milhões em dívidas só não é maior do que o drama dos associados que contribuíram para reerguer o hospital durante anos. Hoje - com portas fechadas desde setembro - precisam recorrer ao SUS.

Grande parte dessas tensões veio à tona na última assembleia entre cerca de 300 associados e Demétrio. A reunião ocorreu no auditório do hospital, na Barra, na noite de quarta-feira. O CORREIO acompanhou a assembleia, que lotou o auditório. Em tom elevado, descendentes de espanhóis esbravejaram pedindo a renúncia do presidente.

O descontentamento dos sócios com a atual direção era visível. Houve uma série de acusações de que a gestão foi ineficiente em encontrar melhorias e questionamentos sobre a honestidade dos gestores. “Esse é um hospital que chove, mas não molha o chão. O dinheiro vem, mas não chega até o chão”, afirmou um médico e sócio remido.

“Respeito muito o desespero de pessoas necessitadas daquele hospital. Eu não vou renunciar, eu tenho a hombridade de enfrentar a crise. O número de pessoas que estavam lá e queriam a minha saída não representa nem 3% dos associados”, diz Demétrio. Atualmente há 2.248 sócios (24 beneméritos, 610 contribuintes e 1.614 remidos), além de quase 2 mil dependentes.

Acúmulo

De acordo com o presidente, quando assumiu o hospital, em 2011, a instituição pagava R$ 1,25 milhão por mês de parcelas de financiamento aos bancos. O valor cresceu até chegar a R$ 5 milhões em dezembro de 2011.

“Com um faturamento de R$ 17 milhões é impossível pagar uma (parcela) de R$ 5 milhões. Fomos negociar com o banco do Nordeste e a diretoria havia sido afastada e só conseguimos alongar a dívida 11 meses depois, e lá se foram R$ 20 milhões”, disse Demétrio aos associados.

Ele contou que um financiamento foi frustrado com a “greve dos médicos”, o que foi contestado por associados que trabalhavam na área médica.

A dívida com os bancos cresceu (veja abaixo). Demétrio citou ainda a descontinuação de um contrato de R$ 38 milhões com a prefeitura, até 2005, e prejuízos com o Hospital Santa Maria, em Brasília, que administrou entre 2006 e 2008, como agravantes da crise. Ele diz que recebeu o hospital em 2011 em excelente estado físico por conta de reformas. “Mas alguém havia de pagar tudo aquilo”, diz.

CORREIO







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