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A três meses da eleição para escolha dos novos conselheiros federais do CFM (Conselho Federal de Medicina), um coletivo de médicos, com apoio da Associação Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia, lançou um manifesto pedindo renovação e criticando as últimas gestões do conselho.
No manifesto, intitulado “Movimento Muda Conselho Federal de Medicina (CFM)”, o grupo afirma que vem crescendo um sentimento de indignação na categoria. O motivo está relacionado a iniciativas e posições que, segundo o coletivo, se dizem a favor da autonomia médica, mas acabam “endossando medidas distanciadas das evidências científicas, baseadas em crenças propagadas no meio digital e alienadas da segurança dos pacientes, dos princípios éticos e das próprias bases da Medicina”.
“As últimas gestões do CFM se caracterizaram por posições e iniciativas em defesa de uma suposta ‘autonomia’ médica, endossando medidas distanciadas das evidências científicas, baseadas em crenças propagadas no meio digital e alienadas da segurança dos pacientes, dos princípios éticos e das próprias bases da Medicina”, diz um trecho do manifesto.
A atual gestão do CFM tem se envolvido em algumas polêmicas nos últimos anos. A mais recente, em abril, diz respeito a uma resolução do órgão que impedia médicos realizassem o procedimento de assistolia fetal (aborto legal acima de 20 semanas) em meninas, adolescentes e mulheres vítimas de violência sexual. A Justiça Federal suspendeu a vigência da resolução, alegando que com a proibição do procedimento o CFM passa por cima do Código Penal.
Uma enquete aberta em uma página na internet pelo CFM também se tornou alvo de críticas Em janeiro, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI) e a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) se manifestaram questionando o mecanismo que pretendia avaliar a opinião de médicos sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 em crianças.
O manifesto finaliza convidando a categoria a apoiar uma mudança no conselho. A escolha dos novos conselheiros federais, efetivos e suplentes, para a gestão entre 2024 e 2029, vai acontecer entre os dias 6 e 7 de agosto.
