Na mesma decisão em que autoriza a transferência de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz para presídios federais fora do Estado do Rio , o juiz Gustavo Kalil, do 4º tribunal do júri do Rio, também aceitou a denúncia do Ministério Público do Rio contra a dupla, acusada de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Agora, eles viram réus e responderão ação penal por duplo homicídio triplamente qualificado - motivo torpe, emboscada e recurso que dificulta a defesa da vítima -, além de tentativa de homicídio contra a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, única sobrevivente da tocaia.
Também foi determinada a apreensão de todos os bens móveis e imóveis em nome de Ronnie e Élicio, até o limite dos valores requeridos pelo MP para indenizações às vítimas do crime.
De acordo com o pedido do Gaeco/MPRJ, a medida é necessária para assegurar o ressarcimento dos danos materiais e morais causados à vítima sobrevivente e aos familiares das vítimas fatais. Segundo a denúncia, a partir de quebra de dados telemáticos, teria sido descoberta nos documentos de Ronnie uma nota fiscal referente a uma lancha, com a suspeita de que o sargento reformado estaria tentado ocultar o patrimônio, utilizando-se de outra pessoa.
Transferência
Nesta sexta-feira, eles foram chamados para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios, onde estavam presos, mas permaneceram em silêncio e afirmaram que só irão se manifestar em juízo . Em seguida, Ronnie e Élcio foram levados para Bangu 1, onde ficarão até haver definição sobre qual presídio federal fora do Estado do Rio eles serão levados. A transferência foi pedida pelo MP, que investiga ligação da dupla com um grupo de milicianos da Zona Oeste, composto por PMs da ativa.